Por Alessandra Morais
O embate pela Palestina tem efeitos
que se difundem por todo o Oriente Médio. Por esse motivo, os países árabes
vivem em constante tensão política. No que tange à essa conjuntura, os
pensamentos neorrealistas constroem lentes interpretativas do caso Oriente
Médio, onde os conflitos de interesse entre as potências dessa região são um
obstáculo para a solução do conflito Judaico-palestino.
As divergências entre as
potências regionais do Oriente Médio de um ponto de vista teórico podem ser
analisadas a partir da premissa neorrealista da competição entre os atores. Tal
concepção pode ser interpretada a partir da ideia de que cada Estado que possui
soberania organiza a sua agenda de forma a ter como principal objetivo a sua
sobrevivência.
Com base no pensamento
neorrealista de que o interesse primordial dos Estados é a segurança, cada ator
almejará a sua permanência como Estado-nação no sistema internacional. Esse
reconhecimento pode ser conseguido através do uso de instrumentos políticos ou
do Direito Internacional.
Segundo o pensamento da
escola neorrealista, o balanço de poder é a equivalência de poder entre as
entidades estatais que lhes cria uma situação de equilíbrio. Pode ser criado
pelos atores de forma deliberada ou espontaneamente no sistema em virtude de
compatibilidades e arranjos naturais que se formam.
O ator internacional utiliza
o balanço de poder para aumentar o número de Estados em sua aliança ou diminuir
a aliança de outro Estado, sendo assim, os Estados fracos recorrem a esse
método para não serem destruídos ou atacados, criando um possível equilíbrio de
poder. Todavia, o balanço de poder é de difícil alcance quando há mais de dois
pólos de influência.
O bandwagon, conceito formado pelos neorrealistas, é uma aliança
conjunta entre os países, formando assim, um grupo de Estados dispostos a
cooperar para alcançarem a realização de suas agendas, pois segundo os seus
pensadores, os países não se agrupam ou alinham-se automaticamente.
Os países árabes mantêm-se
no velho conceito realista de que os Estados são atores racionais, soberanos e
unitários e por essa vertente, não haveria espaço para um possível bandwagon, sendo assim, os Estados não
praticariam a estratégia de agrupamento em torno dos pólos para haver um
possível balanço de poder e consequentemente o seu equilíbrio.
A solução do conflito Judaico-palestino
é de difícil alcance por haver a multipolaridade na região, dificultando o
estabelecimento de uma liderança, pois segundo Waltz, um sistema duopólio
facilita a mobilidade dos atores e a política de balanço de poder. Sintetiza-se
que os Estados agem com racionalidade e egoísmos, cooperando apenas para
alcançar os seus interesses e ganhos relativos.
CARR, Edward. Vinte anos de crise: 1919-1939. Brasília: Ed. Universidade de
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WALTZ, Kenneth. Theory of International Politics. New York: Random House, 1979.
Fico feliz de encontrar alguém que veja o contencioso de uma perspectiva neorealista, minha monografia sobre o fracasso dos acordos de Oslo tem em seu marco teórico o neorealismo (também).
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