domingo, 27 de fevereiro de 2011
Embraer, Marcopolo e a burocracia chinesa.
sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 21 de fevereiro de 2011
Mercado de petróleo no Brasil pode se beneficiar com crise no Oriente Médio.
sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Reportagem WinTrade - O investidor e a concorrência
Por: Caroline Mazonetto
Em maio de 2009, Sadia e Perdigão anunciaram oficialmente a fusão das duas empresas e a criação da Brasil Foods. Naquela época, a companhia já nascia como a segunda maior indústria alimentícia do País e a terceira maior exportadora. A fusão, claro exemplo de negócio que geraria um quase monopólio no setor, virou polêmica e foi parar no órgão que vela pela livre concorrência em território nacional: o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade).
Quase dois anos depois, o processo ainda não recebeu parecer definitivo do organismo, e os investidores que possuem ações da Brasil Foods continuam na expectativa, mesmo que remota, de que a fusão seja considerada ilegal. Se você é um desses acionistas, ou quer conhecer mais sobre como os organismos reguladores influenciam o mercado de capitais, entenda abaixo as consequências que as decisões do Cade podem ter na vida do investidor brasileiro.
Transações estratégicas – Operações de fusões e aquisições são consideradas transações estratégicas porque o resultado final acaba sendo maior do que as partes individualmente unidas. Ou seja, é uma conta onde 1 + 1 = 3. Esse é o caso da fusão ocorrida em 1999 da Brahma com a Antarctica, que deu origem à Ambev, iniciativa que permitiu à companhia resultante ter volume a ponto de competir no mercado mundial. Nesses casos, uma empresa se beneficia da outra e há um grande ganho de sinergia.
“O investidor estava interessado exatamente nisso, no desfecho da transação estratégica. O drama é a possibilidade de que a transação seja aprovada, mas depois revogada. As duas empresas vão por água abaixo”, explica o especialista em finanças André Massaro. Ele acrescenta que se um negócio como o da Ambev ou o da Brasil Foods afunda, o resultado final será menor que duas metades, e cada uma das partes, individualmente, terá um valor de mercado inferior ao que tinha antes do anúncio da transação.
“É a questão das expectativas. Continuam sendo as mesmas empresas que eram antes, mas a percepção do investidor fica prejudicada”, completa Massaro. E a preocupação não se refere somente ao Cade, mas aos órgãos equivalentes em outros países, no caso de fusões ou aquisições entre companhias internacionais. Para o especialista, no entanto, é raro que o conselho brasileiro tome esse tipo de atitude, e a regra geral é a aprovação.
Não foi o que aconteceu com a Nestlé, que comprou a Garoto em 2002 e teve o negócio vetado pelo Cade. O Conselho considerou que a aquisição afetaria a concorrência no mercado doméstico de chocolates. A gigante suíça recorreu contra a decisão na Justiça, e o caso se arrasta até hoje nos tribunais. Como nenhuma das empresas tem ações negociadas na Bolsa brasileira, os investidores escaparam do prejuízo.
Tempos instáveis – O trâmite até a aprovação regulamentar da transação estratégica é demorado e complexo. Por isso, o período pode ser sofrido para quem possui ações das empresas em questão. A época que se estende entre o mercado saber da negociação e a decisão final dos organismos competentes costuma ser de alta volatilidade para os papéis. Há sobe e desce causado por boatos e notícias, e o rumo das ações fica incerto.
Em junho do ano passado, quando a Secretaria de Acompanhamento Econômico (Seae, do Ministério da Fazenda) divulgou a decisão de aprovar com restrições a fusão entre Sadia e Perdigão, as ações da Brasil Foods chegaram a cair 4,2%. Em seu parecer, a Seae assinalou uma concentração que poderia impedir a entrada de novas empresas nos segmentos de carne de peru e em produtos industrializados.
“É preciso ter muita atenção com as companhias que se investe, onde se investe e por quanto tempo se investe. O mercado de ações tem as suas surpresas”, contrapõe Creomar de Souza, consultor político e professor de Relações Internacionais do Instituto Brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec-DF).
Para André Massaro, quem segue uma estratégia baseada em análise técnica ou fundamentalista deve se ater ao plano original, independente do que estiver acontecendo, e tratar a ação da empresa sob análise do Cade como outra qualquer. “O investidor mais passivo pode não comprar, ou pode se preparar para fortes emoções”, brinca o especialista. O conselho básico de investir somente o dinheiro que se pode perder vale ainda mais para companhias que estão passando por um processo de fusão ou aquisição.
“Quem for mais sensível ao estresse do mercado financeiro deve evitar esse tipo de empresa, deve esperar a conclusão”, complementa Massaro. De acordo com ele, mesmo que o preço do papel esteja muito alto após o parecer final, se a expectativa de retorno do investimento ainda estiver grande não há nenhum problema.
Mas nem só de fusões e aquisições vive o Cade. Decisões do conselho referentes à livre concorrência também são capazes de afetar de outras formas as empresas brasileiras com capital aberto. Exemplo disso é a aplicação de multas: em julho de 2009, o conselho aplicou uma multa recorde de R$ 352,6 milhões contra a Ambev, culpada por exigir exclusividade de seus produtos nos pontos de venda, além de inibir a comercialização de outras marcas. Até então, a maior penalidade do tipo havia sido dada à Gerdau, que foi condenada a pagar R$ 156 milhões por formação de cartel na venda de aço. No dia em que a notícia da multa contra a Ambev chegou ao mercado, as ações recuaram 3,32%.
Regulação – De um modo geral, o papel do Cade é impedir que as negociações das grandes companhias prejudiquem o consumidor e os pequenos empresários. Por isso, a dificuldade do Conselho é definir quando as fusões e aquisições realizadas no Brasil são boas para todo o conjunto da obra – que inclui os chefes de conglomerados, os pequenos investidores e a sociedade como um todo.
Para Creomar de Souza, do Ibmec-DF, decisões nas quais o Cade se contrapõe a alguns dos interesses em jogo são processos naturais dentro de uma democracia, já que a tendência de concentração tem feito com que, em alguns momentos, a concorrência seja injusta. “O que se deve esperar é que o organismo continue se fortalecendo no decorrer do tempo e defendendo o interesse dos pequenos investidores”, afirma o consultor político.
Nessa batalha, o Cade conta também com a ajuda da Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e do Banco Central, o grande regulador do sistema financeiro nacional. E as coisas caminham bem por aqui. Os organismos brasileiros são exemplo para o mundo, em um processo realizado há 20 anos e que envolve movimentos políticos, bancos, companhias e outros atores. “Reflexo disso é que a crise financeira de 2008 não bateu forte. A regulação também protegeu o pequeno investidor e o consumidor final”, acrescenta Souza.
domingo, 13 de fevereiro de 2011
O Egito, seu Povo e o Futuro - Publicado no Estado de Minas.
Respondendo esse questionamento pode-se afirmar que: o fim de Mubarak não é o fim do autoritarismo no Egito. Pois, elementos que sustentaram o regime por anos são os mesmos que agora se arvoram como defensores populares. Notadamente o Exército egípcio que se divorciou do antigo regime durante sua crise ainda não deu nenhum sinal do que fará com o poder. E enquanto esses sinais não forem claros no sentido de que as demandas populares serão atendidas a situação tenderá a crise.
De outro lado, é importante lembrar que não há uma liderança por trás dos protestos. E vale considerar que se durante as ações revolucionárias esse fato era uma vantagem, no momento das negociações que devem se processar a partir de agora tal carência certamente será um complicador. Nem mesmo figuras de envergadura global como Mohamed El Baradei conseguiram assumir um papel protagonista durante os protestos.
Cabe, portanto, refletir quem será o herdeiro político dos revolucionários da Praça Tahir. A identificação deste elemento de catalisação dos anseios populares será de fundamental importância para a compreensão de como o processo de transformação política será encaminhado, bem como, de quão profundas serão as transformações daí decorrentes.
Baseado em lições que a história lega, pode-se afirmar com alguma precisão que o futuro do Egito não será tão virtuoso quanto seu povo espera. Porém, é desejo de todos aqueles que primam pelo direito à liberdade que o mesmo não seja tão nebuloso quanto o legado que suas elites construíram até o presente momento.
sábado, 12 de fevereiro de 2011
Consequências econômicas da Crise Egípcia - Portal IG.
Brasil não deve ter perdas econômicas com crise no Egito
Impactos do curto prazo, como alta do petróleo e queda das exportações, não devem se estender por muito tempo, dizem especialistas
Os 18 dias de protestos populares no Egito – que culminaram com a renúncia do presidente Hosni Mubarak – não devem trazer perdas significativas para a economia brasileira, segundo especialistas ouvidos pelo iG. Embora a crise política tenha gerado impactos, principalmente nas exportações para o país e no preço do petróleo, as relações comerciais com os egípcios tendem a caminhar para a normalidade a partir de agora.
Para Creomar Lima de Carvalho Souza, especialista em economia internacional e professor de Relações Internacionais no Ibmec Brasília, os reflexos da crise no Egito dependerão dos contornos que a condução política tomará a partir de agora.
"O empresário brasileiro não vai querer correr o risco de enviar mercadorias sem ter a garantia de que vai receber", afirma Souza, do Ibmec Brasília. "Na primeira guerra do Golfo, quando o Iraque foi invadido, muitas empresas brasileiras que tinham negócios no Iraque nunca receberam os créditos pendentes com empresas locais e o governo iraquiano", exemplifica.
Segundo dados da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em 2010, o Brasil exportou US$ 1,96 bilhão em produtos para o Egito, um crescimento de 36% frente ao observado no ano anterior. Os principais produtos exportados foram carne, açúcar e minério de ferro.
Na outra ponta, o Brasil importou US$ 168,8 milhões do Egito no ano passado, um volume 92% maior que o registrado em 2009, com destaque para fertilizantes, petróleo e algodão, que lideraram a lista de produtos.
quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011
Uma democracia pós-ideologica e pós-partidária?
terça-feira, 8 de fevereiro de 2011
segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011
Câmbio e Política - Nicomex Notícias
O ano novo começou, no Brasil, com a preocupação do governo em segurar a valorização excessiva do real perante o dólar. Diante desse cenário, tem sido recorrente a ação das autoridades monetárias com o intuito de frear essa situação. No entanto, parece que o problema cambial em si não é a única face dessa questão. Há também o risco da volatilidade da cotação da moeda, que atrapalha decisões de investimento no país, por exemplo.
Tal risco está exposto em estatísticas de um levantamento da Consultoria Tendências, baseado em dados da Bloomberg. Nele, o Brasil aparece em quinto lugar em um ranking das economias com câmbio mais instável no último ano, dentro de um universo de 16 moedas listadas. O percentual de volatilidade do real está registrado em 13,83%, menor apenas que os dólares australiano, neozelandês e as coroas sueca e norueguesa.
A volatilidade é calculada com base nas cotações mínimas e máximas das moedas a cada mês, chegando a uma média ponderada no ano. “O que acontece é que a partir do momento em que o país optou por um sistema de câmbio flutuante as oscilações são normais. Contudo, nos últimos meses ocorreu um aumento do valor do real em comparação com outras moedas, sobretudo, o dólar estadunidense”, pondera o Analista Político e Professor do IBMEC/DF, Creomar Lima C. de Souza, em entrevista ao Nicomex Notícias.
Esse processo de aumento do valor da moeda nacional, entretanto, tem obviamente consequências que afetam outros âmbitos da vida econômica, bem como, aspectos políticos. Existem setores econômicos que são favorecidos e prejudicados pelo câmbio em sua atual configuração. E, de certa maneira, pode-se afirmar que os efeitos políticos dessa situação se refletem em dois aspectos, segundo Creomar. Primeiro, na mensuração dos ganhos e perdas feitos por cada setor e, em segundo lugar, pela forma como os ganhos ou prejuízos serão levados ao governo.
Atitude do governo
Dessa forma, o passo seguinte do problema são as ações das autoridades monetárias frente à questão da instabilidade cambial. De acordo com o especialista do IBMEC/DF, o governo não assumirá posturas isoladas que beneficiem um setor tendo em vista o grau de complexidade da economia nacional. Daí a opção por tomar medidas pontuais e não por colocar em prática um pacote mais encorpado para combater as flutuações da moeda nacional. “Em algum momento o governo construirá uma agenda de enfrentamento ao câmbio. Porém, me parece dificil afirmar neste momento se a mesma estará composta de uma ação simplificada ou de um conjunto de medidas com finalidade de dar uma nova configuração ao câmbio brasileiro”, projeta Creomar.
Por Matheus Franco
matheus.f@nicomexnoticias.com.br
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Concorrência Industrial Chinesa II - Globo News
Indústria nacional é prejudicada por
produtos chineses
Quase 70% dos exportadores nacionais já perderam clientes para concorrentes chineses no exterior.
Crescimento da Concorrência Industrial Chinesa - Jornal da Globo
Indústria brasileira perde espaço
no mercado para a China
A disputa é mais intensa em setores de materiais eletrônicos, calçados e têxteis. De acordo com a Confederação Nacional da Indústria, investir em qualidade e no design dos produtos é a estratégia usada pelos empresários brasileiros para competir .
Vladimir Netto
Os produtos chineses vêm atrapalhando os empresários brasileiros há anos, aqui e lá fora. Um estudo da Confederação Nacional da Indústria mostra o tamanho do problema.
A CNI consultou 1.529 empresas. Quase a metade delas perdeu espaço no mercado interno para a China. E entre as que vendem para fora, 67% registraram perdas para os chineses.
Na China, a mão de obra é mais barata, a escala de produção é maior e a infraestrutura, melhor. Mas, o pior é o câmbio. O real está valorizado frente ao dólar e a cotação da moeda chinesa é controlada pelo governo.
“Isso faz com que os produtos de origem chinesa fiquem mais baratos que os produtos brasileiros industriais e com isso tanto mais difícil as empresas brasileiras concorrerem nos mercados internacionais, como nós observamos no crescimento das importações de origem chinesa no mercado brasileiro”, fala o diretor da CNI Flávio Castelo Branco.
A disputa é mais intensa em setores como o de materiais eletrônicos, calçados e têxteis. Que o diga o empresário Renato Bitter. A fábrica dele, que já chegou a vender 70% do que produzia para o exterior, hoje exporta só 20%.
“A única forma que nós encontramos de evitar a concorrência com os chineses foi investindo em maquinário e tecnologias que pudessem produzir tecidos com alto valor agregado, os quais eles dificilmente conseguem fazer”, diz o empresário.
De acordo com a CNI, investir em qualidade e no design dos produtos é a estratégia mais usada pelos empresários brasileiros para competir com a China. Os especialistas alertam que a disputa por mercados é uma briga que vai ficar cada vez mais difícil. A solução é se adaptar aos novos tempos.
“Nós não poderemos construir muros nos nossos portos e o único jeito efetivo de lidar com esse processo é se modernizando, investindo em inovação e, óbvio, exigindo políticas públicas que reduzam essa carta tributária que é absurda sobre a produção nacional”, explica o especialista em relações internacionais Creomar de Souza.