Brasil não deve ter perdas econômicas com crise no Egito
Impactos do curto prazo, como alta do petróleo e queda das exportações, não devem se estender por muito tempo, dizem especialistas
Os 18 dias de protestos populares no Egito – que culminaram com a renúncia do presidente Hosni Mubarak – não devem trazer perdas significativas para a economia brasileira, segundo especialistas ouvidos pelo iG. Embora a crise política tenha gerado impactos, principalmente nas exportações para o país e no preço do petróleo, as relações comerciais com os egípcios tendem a caminhar para a normalidade a partir de agora.
Para Creomar Lima de Carvalho Souza, especialista em economia internacional e professor de Relações Internacionais no Ibmec Brasília, os reflexos da crise no Egito dependerão dos contornos que a condução política tomará a partir de agora.
"O empresário brasileiro não vai querer correr o risco de enviar mercadorias sem ter a garantia de que vai receber", afirma Souza, do Ibmec Brasília. "Na primeira guerra do Golfo, quando o Iraque foi invadido, muitas empresas brasileiras que tinham negócios no Iraque nunca receberam os créditos pendentes com empresas locais e o governo iraquiano", exemplifica.
Segundo dados da Câmara de Comércio Árabe Brasileira, em 2010, o Brasil exportou US$ 1,96 bilhão em produtos para o Egito, um crescimento de 36% frente ao observado no ano anterior. Os principais produtos exportados foram carne, açúcar e minério de ferro.
Na outra ponta, o Brasil importou US$ 168,8 milhões do Egito no ano passado, um volume 92% maior que o registrado em 2009, com destaque para fertilizantes, petróleo e algodão, que lideraram a lista de produtos.
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