quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Terra - Egito: julgamento de Mursi é adiado para 1º de fevereiro

Helicóptero carregando Mursi se aproxima de corte no Egito Foto: AFP
Helicóptero carregando Mursi se aproxima de corte no Egito 

O tribunal onde o presidente deposto do Egito Mohamed Mursi está sendo julgado adiou para 1º de fevereiro a segunda audiência do caso devido ao não comparecimento do ex-líder, informaram meios de comunicações estatais.

Mursi é acusado de instigar o assassinato de manifestantes. O presidente deposto não pode ser levado da prisão de Burg al Arab, em Alexandria, para a Academia de Polícia, nos arredores do Cairo, devido ao mau tempo, o que impediu a decolagem do helicóptero no qual seria transportado.

Além de Mursi, serão julgados outros quatorze dirigentes da Irmandade Muçulmana, entre os quais se destacam o vice-presidente do Partido Liberdade e Justiça (PLJ) -braço político da Irmandade-, Esam el Arian, e um dos membro de seu Executivo, Mohammed Beltagui.

O restante dos acusados chegaram em veículos blindados à Academia de Polícia, nos arredores da capital, vindos da prisão cairota de Tora, e esperaram no interior do local até que foi anunciado o adiamento da audiência.

Todos eles são acusados por suposto envolvimento na morte de manifestantes e nos incidentes ocorridos nos arredores do palácio presidencial de Itihadiya em 5 de dezembro de 2012.

O Ministério do Interior iniciou um plano de segurança que inclui o desdobramento de milhares de policiais em torno ao local do julgamento, onde também estão sendo realizados a audiências do caso do ex-presidente Hosni Mubarak, e em todas as estradas de acesso.

Apesar disso, centenas de manifestantes saíram às ruas em diferentes cidades do Egito, onde estão sendo registrados incidentes e enfrentamentos com a polícia.

No bairro de Cidade Nasser, no Cairo, os simpatizantes de Mursi incendiaram um veículo policial, segundo fontes de segurança, depois que agentes antidistúrbios os impediram de seguir para uma marcha que iria para a Academia de Polícia.

Em Asiut, um policial ficou ferido e onze estudantes foram detidos após enfrentamentos na sede da universidade de Al-Azhar, segundo a televisão estatal.

Não se trata do único caso pelo qual está sendo julgado Mursi, que deverá responder também perante a justiça por revelar informação secreta para países e organizações estrangeiras, como o Hamas, e por fugir de prisão durante a revolução de janeiro de 2011.

Por este último caso, o ex-presidente egípcio será julgado, junto a outras 130 pessoas, em 28 de janeiro no Tribunal Penal do Cairo.

terça-feira, 7 de janeiro de 2014

BBC Brasil - 'Geração do diploma' lota faculdades, mas decepciona empresários

Nunca tantos brasileiros chegaram às salas de aula das universidades, fizeram pós-graduação ou MBAs. Mas, ao mesmo tempo, não só as empresas reclamam da oferta e qualidade da mão-de-obra no país como os índices de produtividade do trabalhador custam a aumentar.


Por Ruth Costas


Na última década, o número de matrículas no ensino superior no Brasil dobrou, embora ainda fique bem aquém dos níveis dos países desenvolvidos e alguns emergentes. Só entre 2011 e 2012, por exemplo, 867 mil brasileiros receberam um diploma, segundo a mais recente Pesquisa Nacional de Domicílio (Pnad) do IBGE.

"Mas mesmo com essa expansão, na indústria de transformação, por exemplo, tivemos um aumento de produtividade de apenas 1,1% entre 2001 e 2012, enquanto o salário médio dos trabalhadores subiu 169% (em dólares)", diz Rafael Lucchesi, diretor de educação e tecnologia na Confederação Nacional da Indústria (CNI).

A decepção do mercado com o que já está sendo chamado de "geração do diploma" é confirmada por especialistas, organizações empresariais e consultores de recursos humanos.

"Os empresários não querem canudo. Querem capacidade de dar respostas e de apreender coisas novas. E quando testam isso nos candidatos, rejeitam a maioria", diz o sociólogo e especialista em relações do trabalho da Faculdade de Economia e Administração da USP, José Pastore.

Entre empresários, já são lugar-comum relatos de administradores recém-formados que não sabem escrever um relatório ou fazer um orçamento, arquitetos que não conseguem resolver equações simples ou estagiários que ignoram as regras básicas da linguagem ou têm dificuldades de se adaptar às regras de ambientes corporativos.

"Cadastramos e avaliamos cerca de 770 mil jovens e ainda assim não conseguimos encontrar candidatos suficientes com perfis adequados para preencher todas as nossas 5 mil vagas", diz Maíra Habimorad, vice-presidente do DMRH, grupo do qual faz parte a Companhia de Talentos, uma empresa de recrutamento. "Surpreendentemente, terminanos com vagas em aberto."

Outro exemplo de descompasso entre as necessidades do mercado e os predicados de quem consegue um diploma no Brasil é um estudo feito pelo grupo de Recursos Humanos Manpower. De 38 países pesquisados, o Brasil é o segundo mercado em que as empresas têm mais dificuldade para encontrar talentos, atrás apenas do Japão.

É claro que, em parte, isso se deve ao aquecimento do mercado de trabalho brasileiro. Apesar da desaceleração da economia, os níveis de desemprego já caíram para baixo dos 6% e têm quebrado sucessivos recordes de baixa.


Linha de montagem da Ford (Foto BBC)
Produtividade da industria aumentou apenas 1,1% na última década, segundo a CNI


Mas segundo um estudo divulgado pelo Instituto de Pesquisas Econômicas Aplicadas (Ipea) divulgado nesta semana, os brasileiros com mais de 11 anos de estudo formariam 50% desse contingente de desempregados.

"Mesmo com essa expansão do ensino e maior acesso ao curso superior, os trabalhadores brasileiros não estão conseguindo oferecer o conhecimento específico que as boas posições requerem", explica Márcia Almstrom, do grupo Manpower.

 

Causas



Especialistas consultados pela BBC Brasil apontam três causas principais para a decepção com a "geração do diploma".

A principal delas estaria relacionada a qualidade do ensino e habilidades dos alunos que se formam em algumas faculdades e universidades do país.

Os números de novos estabelecimentos do tipo criadas nos últimos anos mostra como os empresários consideram esse setor promissor. Em 2000, o Brasil tinha pouco mais de mil instituições de ensino superior. Hoje são 2.416, sendo 2.112 particulares.

"Ocorre que a explosão de escolas superiores não foi acompanhada pela melhoria da qualidade. A grande maioria das novas faculdades é ruim", diz Pastore.

Tristan McCowan, professor de educação e desenvolvimento da Universidade de Londres, concorda. Há mais de uma década, McCowan estuda o sistema educacional brasileiro e, para ele, alguns desses cursos universitários talvez nem pudessem ser classificados como tal.

"São mais uma extensão do ensino fundamental", diz McCowan. "E o problema é que trazem muito pouco para a sociedade: não aumentam a capacidade de inovação da economia, não impulsionam sua produtividade e acabam ajudando a perpetuar uma situação de desigualdade, já que continua a ser vedado à população de baixa renda o acesso a cursos de maior prestígio e qualidade."

Para se ter a medida do desafio que o Brasil têm pela frente para expandir a qualidade de seu ensino superior, basta lembrar que o índice de anafalbetismo funcional entre universitários brasileiros chega a 38%, segundo o Instituto Paulo Montenegro (IPM), vinculado ao Ibope.


Estudantes (Foto BBC)
Especialistas questionam qualidade de novas faculdades no Brasil


Na prática, isso significa que quatro em cada dez universitários no país até sabem ler textos simples, mas são incapazes de interpretar e associar informações. Também não conseguem analisar tabelas, mapas e gráficos ou mesmo fazer contas um pouco mais complexas.

De 2001 a 2011, a porcentagem de universitários plenamente alfabetizados caiu 14 pontos - de 76%, em 2001, para 62%, em 2011. "E os resultados das próximas pesquisas devem confirmar essa tendência de queda", prevê Ana Lúcia Lima, diretora-executiva do IPM.

Segundo Lima, tal fenômeno em parte reflete o fato da expansão do ensino superior no Brasil ser um processo relativamente recente e estar levando para bancos universitários jovens que não só tiveram um ensino básico de má qualidade como também viveram em um ambiente familiar que contribuiu pouco para sua aprendizagem.

"Além disso, muitas instituições de ensino superior privadas acabaram adotando exigências mais baixas para o ingresso e a aprovação em seus cursos", diz ela. "E como consequência, acabamos criando uma escolaridade no papel que não corresponde ao nível real de escolaridade dos brasileiros."

 

Postura e experiência



A segunda razão apontada para a decepção com a geração de diplomados estaria ligada a “problemas de postura” e falta de experiência de parte dos profissionais no mercado.

"Muitos jovens têm vivência acadêmica, mas não conseguem se posicionar em uma empresa, respeitar diferenças, lidar com hierarquia ou com uma figura de autoridade", diz Marcus Soares, professor do Insper especialista em gestão de pessoas.

"Entre os que se formam em universidades mais renomadas também há certa ansiedade para conseguir um posto que faça jus a seu diploma. Às vezes o estagiário entra na empresa já querendo ser diretor."

As empresas, assim, estão tendo de se adaptar ao desafio de lidar com as expectativas e o perfil dos novos profissionais do mercado – e em um contexto de baixo desemprego, reter bons quadros pode ser complicado.

Para Marcelo Cuellar, da consultoria de recursos humanos Michael Page, a falta de experiência é, de certa forma natural, em função do recente ciclo de expansão econômica brasileira.

"Tivemos um boom econômico após um período de relativa estagnação, em que não havia tanta demanda por certos tipos de trabalhos. Nesse contexto, a escassez de profissionais experientes de determinadas áreas é um problema que não pode ser resolvido de uma hora para outra", diz Cuellar.

Nos últimos anos, muitos engenheiros acabaram trabalhando no setor financeiro, por exemplo.

"Não dá para esperar que, agora, seja fácil encontrar engenheiros com dez ou quinze anos de experiência em sua área – e é em parte dessa escassez que vem a percepção dos empresários de que ‘não tem ninguém bom’ no mercado", acredita o consultor.

 

'Tradição bacharelesca'



Por fim, a terceira razão apresentada por especialistas para explicar a decepção com a "geração do diploma" estaria ligada a um desalinhamento entre o foco dos cursos mais procurados e as necessidades do mercado.

"É bastante disseminada no Brasil a ideia de que cargos de gestão pagam bem e cargos técnicos pagam mal. Mas isso está mudando – até porque a demanda por profissionais da área técnica tem impulsionado os seus salários."
Gabriel Rico

De um lado, há quem critique o fato de que a maioria dos estudantes brasileiros tende a seguir carreiras das ciências humanas ou ciências sociais - como administração, direito ou pedagogia - enquanto a proporção dos que estudam ciências exatas é pequena se comparada a países asiáticos ou alguns europeus.

"O Brasil precisa de mais engenheiros, matemáticos, químicos ou especialistas em bioquímica, por exemplo, e os esforços para ampliar o número de especialistas nessas áreas ainda são insuficientes", diz o diretor-executivo da Câmara Americana de Comércio (Amcham), Gabriel Rico.

Segundo Rico, as consequências dessas deficiências são claras: "Em 2011 o país conseguiu atrair importantes centros de desenvolvimento e pesquisas de empresas como a GE a IBM e a Boeing", ele exemplifica. "Mas se não há profissionais para impulsionar esses projetos a tendência é que eles percam relevância dentro das empresas."

Do outro lado, também há críticas ao que alguns vêem como um excesso de valorização do ensino superior em detrimento das carreiras de nível técnico.

"É bastante disseminada no Brasil a ideia de que cargos de gestão pagam bem e cargos técnicos pagam mal. Mas isso está mudando – até porque a demanda por profissionais da área técnica tem impulsionado os seus salários", diz o consultor.

Rafael Lucchesi concorda. "Temos uma tradição cultural bacharelesca, que está sendo vencida aos poucos”, diz o diretor da CNI – que também é o diretor-geral do Senai (Serviço Nacional da Indústria, que oferece cursos técnicos).

Segundo Lucchesi, hoje um operador de instalação elétrica e um técnico petroquímico chegam a ganhar R$ 8,3 mil por mês. Da mesma forma, um técnico de mineração com dez anos de carreira poderia ter um salário de R$ 9,6 mil - mais do que ganham muitos profissionais com ensino superior.

"Por isso, já há uma procura maior por essas formações, principalmente por parte de jovens da classe C, mas é preciso mais investimentos para suprir as necessidades do país nessa área", acredita.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Carta Capital - As eleições mais importantes de 2014

Nos EUA, Obama pode virar um "pato manco" no fim do ano. Na Índia, maior eleição do mundo deve ter 788 milhões de votantes

 
Por José Antonio Lima 
 
Rahul Gandhi
Rahul Gandhi, número dois o Congresso Nacional Indiano, deve ser o candidato do partido para o posto de premier da Índia

Depois de um ano em que Angela Merkel reafirmou seu poder na Alemanha e a eleição presidencial do Irã criou uma chance de pacificar uma das várias crises no Oriente Médio, outros pleitos podem afetar os rumos do mundo em 2014.
Três dos quatro países mais populosos do planeta vão às urnas neste ano. Na Índia, a corrupção deve ser o tema central da escolha do novo primeiro-ministro. Nos EUA, as eleições legislativas de meio de mandato vão acirrar ainda mais a rivalidade entre democratas e republicanos e afetar o mandato de Barack Obama. Na Indonésia, maior país muçulmano do mundo, um novo presidente tentará colocar a economia no rumo certo.
Na América Latina, a Colômbia vai se mostrar dividida entre o atual presidente, Juan Manuel Santos, e seu antecessor, Álvaro Uribe, enquanto no Uruguai José Mujica deve fazer seu sucessor. Na África, a Líbia tenta estabelecer as bases de uma inédita democracia em um país de maioria árabe, enquanto a África do Sul tenta consolidar seu regime democrático. Na União Europeia, o Parlamento Europeu terá uma nova configuração, que pode trazer à tona alguns dos lados mais horrendos do bloco.
Abaixo, os oito principais pleitos do ano. As eleições legislativas e presidenciais do Brasil não entram na lista pois são, obviamente, as mais importantes para o brasileiro.

1) Estados Unidos – eleição legislativa
Depois de um 2013 em que o Congresso dos Estados Unidos teve seu ano mais inoperante desde a década de 1940, 2014 deve ser ainda pior. Engajados em uma disputa ideológica com contornos quase existenciais, republicanos e democratas devem passar os próximos meses se digladiando acerca de temas controversos, como o controle do porte de armas e a reforma no sistema de imigração, sem chegar a um acordo a respeito deles.
 Isso porque nos próximos meses os parlamentares devem continuar a defender ideias radicais na tentativa de garantir os votos de seus eleitores para o pleito de novembro. As eleições, conhecidas como de meio de mandato, devem afetar duramente a administração Barack Obama, que depois disso terá ainda mais dois anos para completar seu mandato. Se depois de novembro o presidente democrata se deparar com um Congresso dominado por republicanos, será desde então um presidente “pato manco”, incapaz de realizar reformas que mudem os rumos do país.

2) União Europeia – eleição parlamentar
Entre 22 e 25 de maio os eleitores dos 22 países da União Europeia vão às urnas escolher os novos integrantes do Parlamento Europeu. Tradicionalmente, essas eleições costumam servir para os eleitores expressarem sua insatisfação com a UE, vista cada vez mais pelo eleitor comum como um antro de burocratas desconectados da realidade de um continente abalado pela crescente desigualdade social e por altos índices de desemprego.
Este contexto pode fazer com que candidatos extremistas (à esquerda e, principalmente, à direita) recebam muitos votos e ganhem palanque para divulgar suas ideias radicais. O possível radicalismo do Parlamento Europeu pode criar instabilidade, pois a partir deste ano o legislativo deve eleger o presidente da Comissão Europeia, cargo que em tese serve como o “Executivo” da UE. Ocorre que muitos governos nacionais, como o da Alemanha, exigem que a escolha seja aprovada por eles. Assim, um parlamento europeu radical poderia colocar a EU em pé-de-guerra com os governos nacionais e ampliar a desilusão dos eleitores com o projeto de integração.

3) Índia – eleição geral
A maior democracia do mundo, com cerca de 788 milhões de eleitores, vai às urnas no primeiro semestre de 2014, obrigatoriamente antes de 31 de maio. Manmohan Singh, primeiro-ministro desde 2004, anunciou em 3 de janeiro que não estará à frente de seu partido, o Congresso Nacional Indiano, nas eleições. Essa missão deve caber a Rahul Gandhi (sem relação com o líder pacifista Mahatma Gandhi), cuja família controla o partido há décadas e busca agora livrar a legenda da imagem de corrupta adquirida nos últimos anos.
O grande adversário do Congresso Nacional Indiano será o partido Bhartiya Janata, comandado pelo líder nacionalista Narendra Modi e que conseguiu importantes vitórias em recentes eleições regionais.
Outra força importante nas eleições deve ser o partido Aam Aadmi, liderado por Arvind Kejriwal e fundado sobre uma plataforma anticorrupção. Criado em 2012, o partido obteve o segundo lugar nas eleições de Nova Déli, a capital da Índia, resultado que catapultou a legenda para o cenário nacional.

4) Colômbia – eleição geral
Em março, os colombianos elegem um novo Congresso. Dois meses depois, voltam às urnas para o pleito presidencial. Juntas, as duas eleições devem institucionalizar a polarização política que configura o cenário colombiano nos últimos anos.
A estrela das eleições legislativas deve ser o ex-presidente Álvaro Uribe, linha-dura que se opõe ao acordo de paz com os guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia. Uribe vai encabeçar a lista de senadores de seu partido e deve ser eleito com facilidade. No pleito presidencial, Juan Manual Santos, candidato da coalizão Unidade Nacional, buscará a reeleição e é o favorito. O candidato presidencial de Uribe deve ser o ex-ministro da Fazenda Óscar Iván Zuluaga, que por enquanto parece ter poucas chances.

5) África do Sul – eleições gerais
Em 2014, pela quinta vez desde o fim do regime segregacionista do Apartheid e pela primeira vez após a morte de Nelson Mandela, a África do Sul vai às urnas escolher um novo Parlamento e um novo presidente. O Congresso Nacional Africano, o partido de Mandela, é liderado pelo atual presidente do país, Jacob Zuma, um líder controverso que aposta na história do partido para superar as denúncias de corrupção e o aumento da desigualdade social para se reeleger.
O domínio do CNA sobre a política sul-africana, entretanto, não é mais uma certeza. O principal adversário do partido deve continuar a ser a Aliança Democrática, fundada a partir da luta dos brancos contra o Apartheid e liderada pela ex-prefeita da Cidade do Cabo Helen Zille. Ataques duros ao CNA devem partir do Guerreiros da Liberdade Econômica, sigla formada por Julius Malema, ex-líder da Juventude do CNA. Outros partidos fundados por ativistas anti-Apartheid, como o Agang e o África do Sul em Primeiro Lugar, podem surpreender e romper com o domínio do partido de Mandela.
A África do Sul é observada de perto pois apesar de todos os seus problemas é um raro bastião de democracia no continente africano.

6) Líbia - eleição constituinte
Em fevereiro, os líbios escolhem 60 representantes da Assembleia Constituinte, grupo que terá a missão de criar o documento base do país. A tarefa não será fácil, pois será preciso conciliar os interesses das três províncias que formam o país (Tripolitânia, Cirenaica e Fezan) além das diversas minorias líbias.
O trabalho constituinte será supervisionado pelo Congresso Nacional Geral, instância máxima política da Líbia, que em dezembro estendeu seu próprio mandato por mais um ano. A extensão foi necessária pois o Congresso interino não conseguiu cumprir sua escala de trabalho, que deveria terminar no começo de 2014 com o referendo constitucional e eleições legislativas. A expectativa de observadores da Líbia gira em torno da capacidade que o parlamento, dividido entre seculares e adeptos do islã político, terá para controlar o processo constituinte e a onda de violência iniciada por milícias armadas que atuaram na derrubada de Muammar Khadafi, em 2011.

7) Indonésia – eleição presidencial
Assim como o Brasil, a Indonésia tem uma plataforma de exportação baseada em commodities. O país, assim, se beneficiou tremendamente da alta dos preços de produtos como carvão, borracha e minerais após a crise iniciada em 2008. Com a queda das commodities nos últimos anos, uma infraestrutura atrasada e uma indústria fraca, a economia da Indonésia vem experimentando dificuldades recentemente.
É neste cenário que o país vai às urnas em julho para eleger o sucessor de Susilo Bambang Yudhoyono, atual presidente, que não pode mais se candidatar. O Partido Democrático, do atual presidente, não conseguiu formar um líder capaz de seguir seus passos e deve ter muitas dificuldades no pleito. Isso deve abrir espaço para o Partido Democrata da Indonésia-Luta, cuja provável candidato, Joko Widodo, aparece como um dos favoritos.
Além de ser uma importante economia emergente e ter a quarta maior população do mundo, a Indonésia é observada de perto pelos analistas pois é, ao lado da Turquia, um dos único países de maioria muçulmana onde vigora um regime democrático.

8) Uruguai – eleição geral
Eleito em 2009, José Mujica, o homem que vem redefinindo a esquerda latino-americana, não poderá concorrer a um novo cargo de presidente do Uruguai no pleito de outubro. Ainda assim, a Frente Ampla, sigla que em 2005 rompeu o domínio dos partidos Colorado e Nacional na política uruguaia deve continuar no governo. Segundo as pesquisas mais recentes, a FA lidera a corrida presidencial (superando 40% das intenções de voto) com qualquer um dos candidatos que apresente: a senadora Constanza Moreira ou o antecessor de Mujica, Tabaré Vázquez. A oposição, entretanto, conta com um desgaste de quase dez anos de governo da Frente Ampla e pode aproveitar o significativo número de indecisos (que chegam a 15%) para retomar o poder.

domingo, 5 de janeiro de 2014

IG - EUA descartam volta ao Iraque após tomada de cidade próxima a Bagdá

Kerry disse estar confiante de que o primeiro-ministro iraquiano pode derrotar os militantes que no sábado ocuparam a cidade estratégica a oeste de Bagdá



O secretário de Estado americano, John Kerry, disse neste sábado (04) que os Estados Unidos vão ajudar o Iraque "no que for possível" a lutar contra a Al-Qaeda, mas descartou que tropas americanas voltem a pisar no país árabe.
 
John Kerry descartou que tropas americanas voltem ao Iraque: 'esta luta é deles'

Em declarações feitas quando partia de Jerusalém para Jordânia e Arábia Saudita, Kerry disse estar confiante de que o primeiro-ministro iraquiano, Nouri Maliki, pode derrotar os militantes, que no sábado ocuparam a cidade estratégica de Falluja, a oeste de Bagdá.
"Vamos apoiar o governo do Iraque e todos os outros envolvidos em minar os esforços (dos militantes) de desestabilizar (o país)", afirmou Kerry, em visita ao Oriente Médio para acelerar o passo das negociações de paz entre israelense e palestinos. E acrescentou: "Não estamos cogitando enviar tropas. Esta luta é deles."
No sábado, o governo do Iraque anunciou ter perdido o controle de Fallujah. Uma fonte do setor de segurança do país disse à BBC que o Estado Islâmico do Iraque e o Levante, ambos grupos ligados à Al-Qaeda, controlam a parte sul da cidade.
Um repórter iraquiano que está em Fallujah informou que o resto da cidade está sob controle de milicianos tribais ligados também à Al-Qaeda e militantes.
Neste domingo, atentados a bomba na capital Bagdá deixaram ao menos 19 mortos. Segundo fontes médicas e da polícia, o ataque mais sério matou nove pessoas e feriu 25 no distrito xiita de Shaab.
Os confrontos não se limitam apenas a Fallujah e ocorrem também em Ramadi
As duas cidades ficam na província de Anbar (oeste do país) e os combates envolvem membros da organização sunita Estado Islâmico do Iraque e do Levante, ligada também à Al-Qaeda.
 
Forças de segurança iraquianas reúnem-se no local de um dos ataques a bomba no centro de Bagdá, no Iraque
Os choques começaram depois que os soldados do governo desmantelaram um acampamento de manifestantes árabes sunitas na cidade de Ramadi, na segunda-feira.
Os sunitas acusam o governo, liderado pelos xiitas, de marginalizá-los no Iraque.
Os sunitas também afirmam que a comunidade, que é minoria no país, está sendo alvo das medidas contra o terrorismo implementadas para acabar com a violência sectária.
O premiê iraquiano afirmou que o Exército não vai recuar até eliminar todos os grupos militantes na província de Anbar.
"Não vamos recuar até acabar com todos os grupos terroristas e salvar nosso povo em Anbar", disse o premiê segundo o canal de televisão estatal Iraqiya.

'Tomada pacífica'
Na terça-feira o primeiro-ministro Nouri Al-Maliki concordou em retirar o Exército de cidades da província de Anbar para permitir que a polícia retomasse o controle da segurança.
Mas, assim que os soldados saíram de seus postos, militantes ligados à Al-Qaeda apareceram em Ramadi, Fallujah e Tarmiya, invadindo delegacias, libertando prisioneiros e apreendendo armas.
No dia seguinte, Maliki reverteu a decisão e enviou os soldados de volta à Anbar.
Mas, na quinta-feira, os militantes em Ramadi e Fallujah hastearam bandeiras negras em prédios e usaram os sistemas de som das mesquitas para convocar os habitantes da cidade a se juntar à luta e apoiar uma "tomada pacífica".
Nos últimos meses os militantes sunitas aumentaram o número de ataques em todo o Iraque. Os grupos xiitas, por sua vez, começaram a realizar represálias violentas, o que aumenta o temor de um conflito sectário no país.
A ONU diz que o ano passado foi o mais violento no Iraque desde 2008. Em 2013, pelo menos 7.818 civis e 1.015 membros das forças de segurança foram mortos em ataques sangrentos no país.

 

sexta-feira, 3 de janeiro de 2014

Folha de São Paulo - Governo federal economizou R$ 2 bi a mais que a meta de 2013, diz Mantega

Por MARIANA SCHREIBER e VALDO CRUZ

O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou nesta sexta-feira (3) que o governo federal superou a meta de economizar R$ 73 bilhões em 2013. Segundo ele, o superavit primário – economia do governo para pagar juros da dívida– fechou em cerca de R$ 75 bilhões, reforçado por mais um bom resultado em dezembro.
No último mês do ano, o governo economizou cerca de R$ 14 bilhões, mais uma vez graças a receitas extraordinárias obtidas com a recuperação de dívidas de contribuintes.
O resultado fiscal do ano normalmente é divulgado apenas no final de janeiro. Mantega disse que antecipou a divulgação para acalmar o mercado. "Nós antecipamos para baixar a ansiedade, já que havia analistas dizendo que não cumpriríamos a meta. Isso vai acalmar os que estavam nervosinhos", afirmou.
O ministro, no entanto, não se comprometeu com nenhum meta específica para 2014. A proposta do Orçamento deste ano aprovada pelo Congresso fixa uma meta mínima para o governo federal de apenas 1,1% do PIB, menor do que a economia feita no ano passado, que equivale a cerca de 1,5% do PIB.
Questionado se a economia de 2014 pode ficar abaixo da de 2013, Mantega disse apenas: "Não vou definir parâmetros para 2014".
O ministro afirmou que o objetivo para 2014 será anunciado apenas em fevereiro, quando for definido quanto será contingenciado dos gastos previstos para este ano.

 O Ministro da Fazenda Guido Mantega, fala sobre o resultados fiscal de 2013
O Ministro da Fazenda Guido Mantega, fala sobre o resultados fiscal de 2013
Para cumprir a meta do ano, o governo contou com um reforço de mais de R$ 35 bilhões em receitas não recorrentes —R$ 15 bilhões arrecadados com a concessão do poço de Libra, no pré-sal, e mais de R$ 20 bilhões em programas de recuperação de dívidas tributárias.
A meta total para o setor público (governo federal mais Estados e municípios), de R$ 111 bilhões (2,3% do PIB), porém, não será alcançada. Diferentemente dos outros anos, o governo federal não é mais obrigado a cobrir o que não foi cumprido da meta dos governos regionais.
Inicialmente, o objetivo anunciado para todo o setor público era de economizar o equivalente a 3,1% do PIB. A meta foi abandonada em meados do ano passado diante do fraco crescimento da arrecadação e da dificuldade do governo em limitar a expansão dos seus gastos.
Sem as receitas extraordinárias, o governo federal não conseguiria atingir nem mesmo a meta reduzida de R$ 73 bilhões.
O objetivo do superavit primário é manter o endividamento público sob controle ao mesmo tempo que limita o crescimento dos gastos públicos, diminuindo a pressão sobre a inflação. Com uma economia maior, a Fazenda ajuda o BC a conter a alta dos preços.
Diante da inflação elevada no início de 2013, o Banco Central voltou a subir os juros em abril do ano passado, elevando a taxa Selic de 7,25% para o atual patamar de 10%.
Ainda assim, o IPCA —índice oficial de inflação— fechará o ano apenas levemente abaixo do de 2012, quando ficou em 5,84%. Pelo terceiro ano seguido, a administração Dilma Rousseff não entregou a inflação no centro da meta de 4,5%. A alta dos preços neste ano ajudou a derrubar a popularidade da presidente, o que levou o governo a subir os juros.

DEMISSÕES
Mantega viaja agora para São Paulo, onde vai se reunir com representantes do setor automobilístico. O assunto do encontro será as demissões na GM. "Vou conversar para pedir explicações, porque as empresas não podem ficar fazendo demissões. Mas vamos aguardar a conversa", disse.
O ministro disse ainda que não procede o rumor de que o governo elevaria o IOF sobre outras operações de câmbio, como a compra de moedas em dinheiro vivo. Na semana passada, o governo aumentou o tributo sobre operações como cartões de débito e pré-pago internacional.

quarta-feira, 1 de janeiro de 2014

Terra - Veja como foi a semana no mundo, de 21 a 31 de dezembro

Raúl Castro fala ao Parlamento cubano, em Havana, no dia 21 de dezembro  

No sábado, dia 21 de dezembro, o presidente de Cuba, Raúl Castro, ofereceu ao governo americano a possibilidade de um "diálogo respeitoso" que não comprometa a soberania da ilha e considerou que os dois países podem estabelecer uma "relação civilizada". "Se nos últimos tempos fomos capazes de sustentar alguns intercâmbios sobre temas de benefício mútuo (...), consideramos que podemos resolver outros assuntos de interesse, estabelecer uma relação civilizada entre ambos os países, como deseja nosso povo e a grande maioria dos cidadãos americanos e a emigração cubana", afirmou Castro.

A integrante da banda Pussy Riot, Nadezhda Tolokonnikova, fala à mídia durante uma coletiva de imprensa em Moscou Foto: Tatyana Makeyeva / Reuters
A integrante da banda Pussy Riot, Nadezhda Tolokonnikova, fala à mídia durante uma coletiva de imprensa em Moscou 
Na segunda-feira, dia 23, as integrante do grupo punk Pussy Riot Nadezhda Tolokonnikova e Maria Alyokhina foram libertadas da prisão. As duas jovens, detidas em março de 2012 por vandalismo e incitação ao ódio religioso, cumpriam uma pena de dois anos de detenção depois de cantarem uma oração punk contra o presidente da Rússia, Vladimir Putin, na catedral Cristo Salvador de Moscou, em fevereiro daquele ano. Junto delas estava Yekaterina Samutsevich, libertada ainda em 2012. Ao sair, Tolokonnikova criticou a lei que permitiu sua libertação. "Não creio que esta anistia seja um gesto de humanismo, mas uma operação de relações públicas", disse.

Edward Snowden em imagem de arquivo Foto: AP
Edward Snowden
Na terça, dia 24, o ex-técnico da Agência de Segurança Nacional dos Estados Unidos (NSA) Edward Snowden declarou, em sua primeira entrevista concedida desde que recebeu asilo da Rússia, que está com o sentimento de missão cumprida e que se sente um vencedor por ter denunciados esquemas de espionagem do governo americano, através do vazamento de informações confidenciais em seu antigo cargo. "Para mim, em termos de satisfação pessoal, minha missão já foi cumprida. Eu já venci. Os jornalistas podem trabalhar (procurando informações sobre espionagem), tudo que eu fiz foi válido. Eu não quis mudar a sociedade. Quis dar à sociedade uma chance de mudar a si mesma", declarou ao jornal americano The Washington Post.
No mesmo dia, o Conselho de Segurança das Nações Unidas aprovou um plano para dobrar o número de pacificadores no Sudão do Sul para proteger os civis da crescente violência que está levando o Estado mais novo do mundo ao limite de uma guerra civil. O conselho de 15 membros autorizou, em decisão unânime, um pedido do secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, de aumentar a força da missão no Sudão do Sul para 12,5 mil tropas e 1.323 policiais do contingente inicial de 7 mil tropas e 900 policiais.
Na quarta, dia 25, o líder da Coreia do Norte, Kim Jong-un, determinou que as tropas de seu país estejam preparadas "para o combate" ao visitar uma unidade do Exército. O dirigente norte-coreano exigiu que a unidade se "esforce ao máximo para estar preparada para o combate, tendo sempre em conta que uma guerra pode ocorrer sem aviso prévio". A península da Coreia vive um momento de tensão após a recente execução de Jang Song-thaek, número dois do regime e tio de Kim Jong-un.

Cristina Kirchner em imagem de arquivo Foto: Divulgação
Cristina Kirchner em imagem de arquivo 
Na quinta, dia 26, a presidente argentina, Cristina Kirchner, descartou se candidatar a qualquer cargo político assim que terminar seu segundo mandato, em 2015. A presidente respondia assim às declarações feitas pelo deputado governista Carlos Kunkel, que afirmou que Cristina "continuará fazendo política e será candidata". "O que acontece é que Carlos gosta muito de mim", afirmou, antes de acrescentar: "não há nenhuma possibilidade de 'Cristina 2015' para nenhum cargo eletivo".
Na sexta-feira, dia 27, um juiz federal de Nova York considerou que a coleta de dados telefônicos de americanos por parte da Agência de Segurança Nacional (NSA) é legal e justificada para prevenir ataques terroristas. Segundo William Pauley, o programa revelado pelo ex-analista externo da NSA Edward Snowden é "legal" e útil para estabelecer conexões entre terroristas e evitar atentados em território americano. No entanto, ele reconheceu que o vazamento de informações através de Snowden motivou um debate geral sobre "a tensão entre a proteção do país e a preservação das liberdades civis que representa a coleta de metadados telefônicos".
No sábado, dia 28, o Congresso Nacional do Povo da China, aprovou formalmente a resolução que relaxa a política oficial de filho único. A reforma permite que casais possam ter até dois filhos se ao menos um dos pais for filho único. A China, país mais populoso do mundo, com quase 1,4 bilhão de habitantes, tem hoje uma taxa de natalidade de apenas 1,5 criança por mulher em idade fértil.

Serviços de emergência isolam local da primeira explosão em Volgogrado Foto: AFP
Serviços de emergência isolam local da primeira explosão em Volgogrado 
No domingo, dia 29, 17 pessoas morreram em um atentado suicida em uma estação de trens em Volgogrado, na Rússia. Outras 37 pessoas foram internadas em hospitais em decorrência de ferimentos contraídos na explosão, que ocorreu perto dos detectores de metais localizados na entrada da principal estação de trens da cidade, lotada de viajantes. "Foi aberta uma investigação por atentado terrorista", indicou a comissão de investigação, ressaltando que a potência do artefato explosivo equivalia a 10 quilos de TNT.

Equipes de segurança trabalham no local de uma explosão em um ônibus elétrico, em Volgogrado Foto: Stringer / Reuters
Equipes de segurança trabalham no local de uma explosão em um ônibus elétrico, em Volgogrado 
Menos de 48 horas depois, um novo atentado contra um ônibus elétrico na mesma cidade deixou 14 pessoas mortas. Outras 28 pessoas ficaram feridas. Os atentados aumentaram os temores sobre a segurança dos Jogos Olímpicos de Inverno, que acontecerão em fevereiro em Sochi, estação balneária situada ao pé do Cáucaso. O ministério do Interior anunciou a intensificação das medidas de segurança em todas as estações e principais aeroportos do país. Nenhum grupo assumiu a autoria dos ataques.
Também na segunda, dia 30, a Justiça egípcia condenou a dois anos de prisão 139 partidários do presidente islâmico Mohamed Mursi, destituído pelo Exército. Eles foram punidos pelo envolvimento nos episódios de violência à margem de manifestações em 15 de julho no Cairo. Além da pena de prisão, o tribunal determinou que cada um deverá pagar 5 mil libras egípcias (520 euros) de fiança para recorrer em liberdade.
Na terça, dia 31, Israel libertou 26 presos palestinos como parte dos esforços para relançar as negociações de paz com a Autoridade Nacional Palestina (ANP) que estão sendo mediadas pelos Estados Unidos. Essa é a terceira de quatro fases de libertações, de um total de 104 detentos palestinos. As outras duas ocorrências foram em 13 de agosto e 30 de outubro. Os 26 estavam detidos desde antes dos acordos de Oslo de 1993, que iniciaram formalmente o processo de paz. Todos cumpriram entre 19 e 28 anos de prisão pelo assassinato de civis ou soldados israelenses. Eles foram recebidos como heróis, em um ambiente de alegria e emoção, por centenas de pessoas.