quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Estadão - Reportagem

Etanol deve voltar a competir, em preço, com gasolina, afirma BNDES

Banco anunciou nesta 4ª feira programa de R$ 4 bi para financiamento de plantio de cana-de-açúcar

11 de janeiro de 2012 | 19h 00

Irany Tereza e Alessandra Saraiva, da Agência Estado
RIO - Técnicos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) acreditam que o programa anunciado nesta quarta-feira, 11, para financiamento do plantio de cana-de-açúcar, o Prorenova, contribua não apenas para a garantia de suprimento, mas também para tornar os preços do etanol mais competitivos com os da gasolina.

Com orçamento de R$ 4 bilhões, o programa deve financiar a renovação e/ou ampliação de mais de 1 milhão de hectares de cana-de-açúcar. Este cálculo foi feito pelo BNDES levando em conta os recursos do novo programa e o custo de produção médio em um canavial, de R$ 4.500 por hectare.

O programa é inédito no banco que, até então, financiava apenas a estocagem de etanol. O plantio só era financiado quando ligado a algum projeto de expansão industrial. O Prorenova pode ser usado pura e simplesmente para o aumento da área plantada, como um financiamento agrícola.

A última edição de um programa de crédito para a estocagem de etanol, em 2010, teve orçamento de R$ 2,4 bilhões. Agora, os R$ 4 bilhões disponibilizados pelo banco, em operações indiretas (com intermediação de agente financeiro) e taxa de juros fixada em TJLP mais 1,3% ao ano, além de 0,5% pela intermediação, têm o objetivo principal de garantir o fornecimento do produto em 2013/2014. A reboque, o banco espera trazer de volta os preços do etanol a patamares mais competitivos.

Atualmente, a capacidade ociosa das usinas voltadas para produção de açúcar é muito menor do que as ligadas à produção de etanol. "A capacidade ociosa das destilarias atualmente é superior a 30%", acrescenta o gerente setorial do departamento de Biocombustíveis do BNDES, Arthur Milanez.

Cavalcanti comentou que a ideia por trás do programa é a percepção do banco da necessidade de suprir, com urgência, a crescente demanda por matéria-prima das usinas. Cavalcanti lembrou que, a frota de carros flex cresce, no País, em torno de 10% ao ano. A procura por etanol no mercado doméstico sobe na mesma magnitude. Na análise do executivo, as taxas de crescimento da demanda pelo combustível sustentarão o interesse pelo programa, que pode ser renovado, a depender da procura. A vigência do BNDESProrenova vai até 31 de dezembro deste ano.

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