terça-feira, 24 de abril de 2012

Texto de Colaborador


Estados Unidos Ainda Não Veem o Brasil como um Ator Global.

Laryssa Almeida* 

         Brasil e Estados Unidos mantêm uma antiga e extensa relação econômica, política e social; e essas relações conheceram períodos de aproximação e distanciamento. Atualmente, o Brasil busca a construção de uma agenda cooperativa com os Estados Unidos, mesmo que a interação entre os dois países oscile entre um diálogo amistoso e uma indiferença sutil.
De um lado, pensadores brasileiros que veem o país do presidente Barack Obama como um modelo de ação e pensamento a ser seguido. De outro, os que veem os Estados Unidos como uma potência que cerceia as aspirações desenvolvimentistas de povos emergentes como o Brasil. Seguindo essa linha de raciocínio, Peter Hakim, presidente emérito do Inter-American Dialogue, disse, em entrevista ao The New York Times, que, sim, os Estados Unidos veem o Brasil como o país mais importante da América Latina, no entanto, não como um poder global.
            Em sua primeira visita oficial aos Estados Unidos, a presidente Dilma Rousseff teve como prioridade na sua agenda de compromissos temas relacionados a comércio, energia, investimentos, cooperação educacional e ciência e tecnologia. A visita consistiu em mais um passo no processo de reaproximação entre os dois países. No entanto, temas que, a princípio, eram apontados como possíveis entre Dilma e Obama – como uma vaga permanente do Brasil no conselho de segurança da ONU e o programa nuclear do Irã – acabaram não sendo discutidos, o que reforça o sentimento de que os Estados Unidos não dá a devida importância para o Brasil no âmbito das questões globais.
            De fato, sabe-se que parte do descontentamento americano com o Brasil vem do excessivo viés kantiano da tomada de decisão em política externa brasileira. Por exemplo, certas políticas decisórias do governo Lula fizeram com que as relações diplomáticas do Brasil com os Estados Unidos ficassem à deriva, entre elas, o esboço de um acordo nuclear do ex-presidente brasileiro com o Irã. Por isso, o encontro entre Dilma Rousseff e Barack Obama foi importante para que houvesse a retomada de uma confiança mútua que acalorasse a antiga parceria estratégica – que é ampla, porém superficial – entre os dois países.
            Num primeiro momento, alterações substanciais na relação bilateral do Brasil com os Estados Unidos não eram previstas depois da viagem da presidente Dilma Rousseff. Os dois países deviam encontrar uma conexão comum entre os seus interesses. O ministro das relações exteriores, Antonio Patriota, disse que “O Brasil acredita em diplomacia, igualdade e tolerância”. Acontece que os norte-americanos esperam do Brasil, especialmente com a presidente Dilma Rousseff, mais pragmatismo. A ausência dessa conexão entre os dois países entra no debate ao reconhecimento do papel global do Brasil.
            Por outro lado, parte do silêncio mantido entre os dois presidentes diante das questões globais foi preenchido com a visita da secretária de Estado americana ao Brasil, poucos dias depois da visita da presidente Dilma aos EUA. Durante a visita de dois dias, Hillary Clinton se reuniu com o ministro das relações exteriores do Brasil para discutir questões de política externa, sobre temas globais e desafios da atualidade; além disso, participou da 3ª Reunião do Diálogo de Parceria Global Brasil-EUA, encontro anual, criado em 2010, que promove a coordenação bilateral em diversas áreas. Durante seu discurso, Hillary disse que “É difícil imaginar, no futuro, o Conselho de Segurança da ONU sem incluir um país como o Brasil, com todo o seu progresso e modelo de democracia”, renovando as esperanças brasileiras.
            Por fim e, ainda assim, permanecem dúvidas quanto ao não reconhecimento do Brasil como um ator global pelos Estados Unidos. Um artigo da revista inglesa The Economist intitulado “One Step at a Time: Two American Giants are Slowly Getting to Know Each Other” (Um Passo de Cada Vez: Dois Gigantes Americanos Estão, aos Poucos, se Conhecendo; em tradução livre) diz que a cooperação entre os dois países tende a crescer ainda mais agora que a presidente Dilma e o presidente Obama encontraram campos comuns para tratar de assuntos importantes. Reforçando a ideia de que os Estados Unidos permanecerão com a guarda alta até que o Brasil tenha “uma política externa clara”. 

* É aluna do curso de Relações Internacionais da Universidade Católica de Brasília. 

quinta-feira, 19 de abril de 2012

Texto de Colaborador

O conceito e os propósitos do desenvolvimento sustentável no sistema internacional

Lucicleide Ferreira de Lima*

As teorias desenvolvimentistas orientam as políticas socioeconômicas, e apesar dos esforços da criação de metas de desenvolvimento, não foi encontrada uma resposta comum para resolver as desigualdades socioeconômicas e ambientais vigentes no mundo contemporâneo. É a partir daí que surge a proposta de um novo tipo de desenvolvimento: o desenvolvimento sustentável.

O março da idéia do desenvolvimento sustentável foi a criação, em 1983, da Comissão Mundial sobre Desenvolvimento e Meio Ambiente, realizada na cidade da Noruega, a qual ficou conhecida com a Comissão de Brundtlant, foi idealizada pela Organização das Nações Unidas (ONU) que publicou, em 1987, o relatório “Nosso Futuro Comum”.

Todas as propostas da Comissão de Bruntland ressaltam que os problemas de meio ambiente e as possibilidades de implantação de um modelo de desenvolvimento sustentável encontram-se diretamente relacionadas com os problemas da satisfação das necessidades básicas, que são a alimentação, a saúde e a habitação.

A Comissão sugeriu propostas de um processo de cooperação internacional, como as surgidas no contexto do multilateralismo para, dessa forma, combater os desafios no enfrentamento dos problemas sócio-ambientais.

A definição do termo desenvolvimento sustentável foi elaborado pela própria Comissão como sendo: “desenvolvimento sustentável como o desenvolvimento que atende às necessidades do presente, sem comprometer a capacidade das futuras gerações de atender às suas próprias necessidades”.

Para Ignacy Sachs em sua obra Desenvolvimento includente, sustentável e sustentado (2004) o desenvolvimento sustentável requer algumas dimensões de sustentabilidade dos sistemas econômicos, e a forma de planejar esse tipo de desenvolvimento se dá por meio de tais objetivos: o da sustentabilidade social, que implica melhorar os níveis de distribuição de renda e tem como finalidade, diminuir a exclusão social e a distância econômica entre os países do Norte e do Sul; a sustentabilidade ecológica, que busca a preservação do meio ambiente, sem comprometer a oferta dos recursos naturais necessários à sobrevivência do ser humano; a sustentabilidade espacial, que busca tratamento equilibrado da ocupação rural e urbana, e também uma melhor distribuição territorial das atividades econômicas e a sustentabilidade cultural que se refere à alteração nos modos de pensar e agir da sociedade, de maneira a despertar uma consciência ambiental que discuta a redução no consumo de produtos causadores das catástrofes ambientais.

O cenário internacional em que se discute essa situação ambiental é o da criação de uma agência internacional para o meio ambiente, a qual foi proposto pelos embaixadores da União Europeia, e que irão incluir na agenda da Rio+20. A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, que será realizada em junho de 2012, no Rio de Janeiro, tem como objetivo definir a agenda de desenvolvimento sustentável para as próximas décadas, como aconteceu com a Eco-92, e de refutar os modelos de desenvolvimento socioeconômicos praticados pelos países  desenvolvidos.

Em síntese, segundo Immanuel Wallerstein, em sua obra “Após o liberalismo (2002) tem-se no final do século, esse modelo de desenvolvimento gerado pelo capitalismo que mostrou-se ecologicamente destruidor e socialmente perverso com as sociedades em desenvolvimento. Por este motivo a criação de propostas para reverter este quadro (como a de desenvolvimento sustentável) deve ser entendida a partir desse contexto.

A crise ambiental e os resultados da globalização que a sociedade enfrenta só serão resolvidos se as nações desenvolvidas e as que povoam a periferia do mundo propuserem políticas coerentes, prevendo uma distribuição econômica equitativa.

Além disso, é preciso que os benefícios do desenvolvimento não sejam apenas usufruídos pelas poucas nações que historicamente mantêm o poder, seja por forças militarmente poderosas, seja por imposição de um mercado economicamente defensivo e protecionista gerado pela dinâmica capitalista.

A evidência dessa crise, que é simultaneamente ambiental, econômica e política, se revela na escassez dos recursos naturais; na dificuldade que algumas sociedades encontram para expandir a economia doméstica; na saturação dos depósitos para eliminar os rejeitos da sociedade industrial e também no enfraquecimento de instituições locais, regionais e mundiais que encontram dificuldade em combater a realidade socioambiental daí decorrentes.

Cabe citar aqui as formulações de Michel Foucault, em sua obra Microfísica do Poder (1992) sobre o poder disciplinar, no que diz respeito ao aprofundamento dessa crise sócio-ambiental em escala mundial, e que está certamente relacionada aos sistemas de poder que determinam a distribuição dos recursos da sociedade (mantendo o poder e centralizando as riquezas nas nações desenvolvidas), mas também a todas as formas discursivas e institucionais criadas ao longo do século XX, que proporcionou a garantia do desenvolvimento e da globalização do modo de produção capitalista. É ai que pode resgatar as análises de Foucault sobre o exercício do poder disciplinar, em Microfísica do Poder. Para Foucault o poder se exerce não somente através da repressão e da coerção do Estado. Ele se exerce por meio de instituições, agentes e discursos legítimos que são acionados para inventar novas realidades ou aquilo que se busca restaurar ou transformar.

Assim, não surpreende que a questão ecológica tenha estado tanto tempo ausente do pensamento econômico, político e social, o qual padronizou um ideal de progresso como uma forma de fazer evoluir a tecnologia através dos meios industriais e agrícolas, sem levar em consideração os limites da natureza e o próprio limite do homem.

Entretanto, na opinião de vários especialistas, entre eles Leonardo Boff e ambientalistas, que estão representados em diversas ONG’s, como o Comitê Brasil em Defesa das Florestas, o mais importante a fazer é buscar meios de frear esse processo e buscar formas concretas de se implementar o desenvolvimento sustentável.

Para tanto, faz-se necessário acionar e articular discursos, agentes, atores sociais e políticos e instituições comprometidas com os novos ideais previstos nos propósitos do Desenvolvimento Sustentável.

É fato que, após a Conferência de Brundlant e a Conferência do Meio Ambiente e Desenvolvimento, a Rio-92, houve a globalização das questões ambientais e uma preocupação em atenuar a degradação ambiental, daí originou-se, no âmbito das relações internacionais, debates e estudos acerca das formas possíveis de se diminuir os danos ambientais.

Um dos importantes atores políticos e defensores do desenvolvimento sustentável, tanto no âmbito doméstico como das relações internacionais, são as organizações não-governamentais (ONG’s), como afirmava Herbert de Souza, sociólogo brasileiro: “Nós ONG’s só temos sentido se formos sementes e atores de algo novo. Aliviar a dor e remendar o mundo não tem mais sentido para nós. Devemos nos colocar como recriadores do mundo”.

Dessa forma as organizações não-governamentais estão participando de forma efetiva em Fóruns Sociais Mundiais e em reuniões internacionais, seus agentes contribuem e fiscalizam a ações de organismos financeiros e as ações dos Estados, quanto ao cumprimento das normas e métodos acerca do desenvolvimento sustentável.

É imprescindível a integração dos organismos internacionais, dos Estados, das organizações não-governamentais e da sociedade civil, para, juntos, reavaliarem o atual modelo de desenvolvimento e implementarem mecanismos e normas que defendem a preservação e o desenvolvimento sustentado, e no que refere à classe empresarial, o discurso de desenvolvimento sustentável deve fazer parte da agenda corporativa, uma vez que esta classe está ligada ao crescimento econômico, é indispensável observar a proposta e o desenvolvimento de ações e responsabilidades sociais, como a que foi implantada na empresa Itaipu.

Aos Estados, cabe inserir o desenvolvimento sustentável como tema relevante nos assuntos internos, para isso, é necessário definir uma nova agenda de crescimento econômico que esteja pautada nos princípios da nova forma de desenvolver sustentado, é isso que se espera da Rio+20, ou será que terá o mesmo fim da Eco-92, em que seus objetivos não foram atingidos?


Bibliografia:

FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. Rio de Janeiro: Graal, 1992.
WALLERSTEIN, Immanuel. Após o liberalismo. Petrópolis: Vozes, 2002.
SACHS, Ignacy. Desenvolvimento includente, sustentável e sustentado. Rio de Janeiro: Garamond, 2004.
* . As opiniões aqui expressas são de responsabilidade do autor.  


quinta-feira, 12 de abril de 2012

O Povo Brasileiro Capitulo 7 Darcy Ribeiro

Amigos,

Segue a sétima parte do documentário O Povo Brasileiro de Darcy Ribeiro.

Apreciem.

Texto de colaborador.


A crise ambiental no contexto Norte-Sul

Lucicleide Ferreira de Lima[i]
O modo de produção capitalista que tem como objetivo a geração de lucros tem proporcionado danos ambientais, sociais e econômicos tanto nos paises do Norte como os do Sul.
Para o historiador inglês Paul Kennedy, a fonte de conflitos ambientais são consequências da nova revolução industrial gerada pela construção de novos parques industriais tecnologicamente modernos. Isto ocasionou a substituição do trabalhador por equipamentos automatizados que proporcionam um aumento na produtividade, por outro lado, a saída daqueles trabalhadores provoca um alto índice de desemprego.
Este debate apresenta um novo panorama acerca do futuro da humanidade e o crescimento das desigualdades sociais em termos globais com ênfase no abismo que separa os Estados do Norte e os Estados do Sul.
Apoiada nas considerações de José William Vesentini, geógrafo brasileiro, em sua obra Novas Geopolíticas (2000). Percebe-se que o mesmo ao investigar as maiores disparidades entre o Norte e o Sul, detectou a problemática da demografia nos países pobres, onde as pessoas migram para os países ricos em busca de bem estar social. Esta emigração é provocada pelo próprio capitalismo que precariza as condições de trabalho nos países do Sul, e posteriormente, emprega os imigrantes com mão-de-obra barata nos países do Norte.
Destacando-se os padrões de desigualdades que caracterizam o estilo de desenvolvimento atual, diagnosticaram-se seqüelas de marginalização e de desintegração social, provocadas pela fragmentação institucional da sociedade contemporânea. Observa-se que as estruturas do mercado são imperfeitas, uma vez que beneficiam apenas uma parcela da comunidade global aqueles grupos que tem maior acesso a recursos financeiros.
Em relação à questão ambiental e a forma como são tratadas pelo Norte e pelo Sul, tem-se como exemplo a industrialização da China e da Índia. Nestes dois casos tem-se a priorização do desenvolvimento em detrimento à questão ambiental. Se tal movimento gera aumentos expressivos do PIB dos níveis de vida de parcela considerável de suas populações, por outro lado, observa-se uma depreciação dos espaços urbanos. Como exemplo,  citam-se os danos ambientais devido às emissões de carbono na atmosfera.
Comparando o atual cenário de busca desenfreada do crescimento econômico nos países em desenvolvimento, com o que foi produzido na primeira Revolução Industrial pelos países desenvolvidos, caberia perguntar se são justas as reclamações acerca da degradação ao meio ambiente que os países ricos alegam ser praticadas pelos países pobres, uma vez que, no passado, os mesmos países ricos utilizaram esse método para o seu crescimento econômico.
Na história dos países desenvolvidos, ressalta Vesentini que os norte-americanos e europeus destruíram grande parte de suas florestas no século XIX, e que, atualmente, um norte-americano consome em média 15 (quinze) vezes mais energia do que um brasileiro. Isso mostra o índice de desenvolvimento da matriz energética nos países ricos. No entanto, são crescentes as pressões dos países desenvolvidos contra o desmatamento da Amazônia. Assim, o que se nota é uma controvérsia gerada pela proposta de crescimento econômico, defendido pelas nações ricas e a proposta gerada a favor do desenvolvimento sustentável, a qual para se consolidar, requisita a ruptura com o modelo anterior de desenvolvimento e crescimento econômico.
Essa postura das autoridades dos países desenvolvidos parece estar ligada a certa preocupação com as ameaças geradas pelo desenvolvimento das economias periféricas, como é o caso da China, da Índia e do Brasil.
Já nas economias do Norte que são industrializadas, os problemas de meio ambiente estão associados à poluição e as políticas econômicas implantadas nestes países. Estes buscam evitar o agravamento da degradação e restaurar os padrões de qualidades de água, ar e solo. Nos países em desenvolvimento, contrariamente, a crise ambiental está relacionada ao aumento da miséria e à degradação dos recursos naturais, inclusive as matérias primas, que são exploradas e exportadas para os países desenvolvidos.
Consequentemente, não apenas a distância econômica aumentou entre o Norte e o Sul, como também o abismo em relação à crise ambiental entre os dois mundos, embora tanto os países do Norte como os do Sul sofram os mesmos impactos desta crise. A maioria dos problemas globais referentes à degradação do meio ambiente está relacionada ao comprometimento da camada de ozônio e ao efeito estufa; à degradação dos recursos naturais não renováveis; e, ainda, à miséria a que está submetida.
Restando, portanto, uma pergunta: Como exigir que populações famélicas e excluídas econômica e culturalmente adotem os princípios do desenvolvimento sustentável?







[i]  É internacionalista de formação e escreve no Blog do Professor Creomar de Souza todas as quintas-feiras.  As opiniões aqui expressas são de responsabilidade exclusiva do autor.

terça-feira, 10 de abril de 2012

Stratfor Analisys - Iran's Foreign Policy Strategy.

Iran's Strategy

April 10, 2012 | 0904 GMT By George Friedman

For centuries, the dilemma facing Iran (and before it, Persia) has been guaranteeing national survival and autonomy in the face of stronger regional powers like Ottoman Turkey and the Russian Empire. Though always weaker than these larger empires, Iran survived for three reasons: geography, resources and diplomacy. Iran's size and mountainous terrain made military forays into the country difficult and dangerous. Iran also was able to field sufficient force to deter attacks while permitting occasional assertions of power. At the same time, Tehran engaged in clever diplomatic efforts, playing threatening powers off each other.
The intrusion of European imperial powers into the region compounded Iran's difficulties in the 19th century, along with the lodging of British power to Iran's west in Iraq and the Arabian Peninsula following the end of World War I. This coincided with a transformation of the global economy to an oil-based system. Then as now, the region was a major source of global oil. Where the British once had interests in the region, the emergence of oil as the foundation of industrial and military power made these interests urgent. Following World War II, the Americans and the Soviets became the outside powers with the ability and desire to influence the region, but Tehran's basic strategic reality persisted. Iran faced both regional and global threats that it had to deflect or align with. And because of oil, the global power could not lose interest while the regional powers did not have the option of losing interest. Whether ruled by shah or ayatollah, Iran's strategy remained the same: deter by geography, protect with defensive forces, and engage in complex diplomatic maneuvers. But underneath this reality, another vision of Iran's role always lurked.

Iran as Regional Power

A vision of Iran -- a country with an essentially defensive posture -- as a regional power remained. The shah competed with Saudi Arabia over Oman and dreamed of nuclear weapons. Ahmadinejad duels with Saudi Arabia over Bahrain, and also dreams of nuclear weapons. When we look beyond the rhetoric -- something we always should do when studying foreign policy, since the rhetoric is intended to intimidate, seduce and confuse foreign powers and the public -- we see substantial continuity in Iran's strategy since World War II. Iran dreams of achieving regional dominance by breaking free from its constraints and the threats posed by nearby powers.

Since World War II, Iran has had to deal with regional dangers like Iraq, with which it fought a brutal war lasting nearly a decade and costing Iran about 1 million casualties. It also has had to deal with the United States, whose power ultimately defined patterns in the region. So long as the United States had an overriding interest in the region, Iran had no choice but to define its policies in terms of the United States. For the shah, that meant submitting to the United States while subtly trying to control American actions. For the Islamic republic, it meant opposing the United States while trying to manipulate it into taking actions in the interests of Iran. Both acted within the traditions of Iranian strategic subtlety.

The Islamic republic proved more successful than the shah. It conducted a sophisticated disinformation campaign prior to the 2003 Iraq war to convince the United States that invading Iraq would be militarily easy and that Iraqis would welcome the Americans with open arms. This fed the existing U.S. desire to invade Iraq, becoming one factor among many that made the invasion seem doable. In a second phase, the Iranians helped many factions in Iraq resist the Americans, turning the occupation -- and plans for reconstructing Iraq according to American blueprints -- into a nightmare. In a third and final phase, Iran used its influence in Iraq to divide and paralyze the country after the Americans withdrew.

As a result of this maneuvering, Iran achieved two goals. First, the Americans disposed of Iran's archenemy, Saddam Hussein, turning Iraq into a strategic cripple. Second, Iran helped force the United States out of Iraq, creating a vacuum in Iraq and undermining U.S. credibility in the region -- and sapping any U.S. appetite for further military adventures in the Middle East. I want to emphasize that all of this was not an Iranian plot: Many other factors contributed to this sequence of events. At the same time, Iranian maneuvering was no minor factor in the process; Iran skillfully exploited events that it helped shape.

There was a defensive point to this. Iran had seen the United States invade the countries surrounding it, Iraq to its west and Afghanistan to its east. It viewed the United States as extremely powerful and unpredictable to the point of irrationality, though also able to be manipulated. Tehran therefore could not dismiss the possibility that the United States would choose war with Iran. Expelling the United States from Iraq, however, limited American military options in the region.

This strategy also had an offensive dimension. The U.S. withdrawal from Iraq positioned Iran to fill the vacuum. Critically, the geopolitics of the region had created an opening for Iran probably for the first time in centuries. First, the collapse of the Soviet Union released pressure from the north. Coming on top of the Ottoman collapse after World War I, Iran now no longer faced a regional power that could challenge it. Second, with the drawdown of U.S. forces in the Persian Gulf and Afghanistan, the global power had limited military options and even more limited political options for acting against Iran.

Iran's Opportunity

Iran now had the opportunity to consider emerging as a regional power rather than solely pursuing complex maneuvers to protect Iranian autonomy and the regime. The Iranians understood that the moods of global powers shifted unpredictably, the United States more than most. Therefore it knew that the more aggressive it became, the more the United States may militarily commit itself to containing Iran. At the same time, the United States might do so even without Iranian action. Accordingly, Iran searched for a strategy that might solidify its regional influence while not triggering U.S. retaliation.

Anyone studying the United States understands its concern with nuclear weapons. Throughout the Cold War it lived in the shadow of a Soviet first strike. The Bush administration used the possibility of an Iraqi nuclear program to rally domestic support for the invasion. When the Soviets and the Chinese attained nuclear weapons, the American response bordered on panic. The United States simultaneously became more cautious in its approach to those countries.

In looking at North Korea, the Iranians recognized a pattern they could use to their advantage. Regime survival in North Korea, a country of little consequence, was uncertain in the 1990s. When it undertook a nuclear program, however, the United States focused heavily on North Korea, simultaneously becoming more cautious in its approach to the North. Tremendous diplomatic activity and periodic aid was brought to bear to limit North Korea's program. From the North Korean point of view, actually acquiring deliverable nuclear weapons was not the point; North Korea was not a major power like China and Russia, and a miscalculation on Pyongyang's part could lead to more U.S. aggression. Rather, the process of developing nuclear weapons itself inflated North Korea's importance while inducing the United States to offer incentives or impose relatively ineffective economic sanctions (and thereby avoiding more dangerous military action). North Korea became a centerpiece of U.S. concern while the United States avoided actions that might destabilize North Korea and shake loose the weapons the North might have.

The North Koreans knew that having a deliverable weapon would prove dangerous, but that having a weapons program gave them leverage -- a lesson the Iranians learned well. From the Iranians' point of view, a nuclear program causes the United States simultaneously to take them more seriously and to increase its caution while dealing with them. At present, the United States leads a group of countries with varying degrees of enthusiasm for imposing sanctions that might cause some economic pain to Iran, but give the United States a pretext not to undertake the military action Iran really fears and that the United States does not want to take.

Israel, however, must take a different view of Iran's weapons program. While not a threat to the United States, the program may threaten Israel. The Israelis' problem is that they must trust their intelligence on the level of development of Iran's weapons. The United States can afford a miscalculation; Israel might not be able to afford it. This lack of certainty makes Israel unpredictable. From the Iranian point of view, however, an Israeli attack might be welcome.

Iran does not have nuclear weapons and may be following the North Korean strategy of never developing deliverable weapons. If they did, however, and the Israelis attacked and destroyed them, the Iranians would be as they were before acquiring nuclear weapons. But if the Israelis attacked and failed to destroy them, the Iranians would emerge stronger. The Iranians could retaliate by taking action in the Strait of Hormuz. The United States, which ultimately is the guarantor of the global maritime flow of oil, might engage Iran militarily. Or it might enter into negotiations with Iran to guarantee the flow. An Israeli attack, whether successful or unsuccessful, would set the stage for Iranian actions that would threaten the global economy, paint Israel as the villain, and result in the United States being forced by European and Asian powers to guarantee the flow of oil with diplomatic concessions rather than military action. An attack by Israel, successful or unsuccessful, would cost Iran little and create substantial opportunities. In my view, the Iranians want a program, not a weapon, but having the Israelis attack the program would suit Iran's interests quite nicely.

The nuclear option falls into the category of Iranian manipulation of regional and global powers, long a historical necessity for the Iranians. But another, and more significant event is under way in Syria.

Syria's Importance to Iran

As we have written, if the Syrian regime survives, this in part would be due to Iranian support. Isolated from the rest of the world, Syria would become dependent on Iran. If that were to happen, an Iranian sphere of influence would stretch from western Afghanistan to Beirut. This in turn would fundamentally shift the balance of power in the Middle East, fulfilling Iran's dream of becoming a dominant regional power in the Persian Gulf and beyond. This was the shah's and the ayatollah's dream. And this is why the United States is currently obsessing over Syria.

What would such a sphere of influence give the Iranians? Three things. First, it would force the global power, the United States, to abandon ideas of destroying Iran, as the breadth of its influence would produce dangerously unpredictable results. Second, it would legitimize the regime inside Iran and in the region beyond any legitimacy it currently has. Third, with proxies along Saudi Arabia's northern border in Iraq and Shia along the western coast of the Persian Gulf, Iran could force shifts in the financial distribution of revenues from oil. Faced with regime preservation, Saudi Arabia and other Gulf states would have to be flexible on Iranian demands, to say the least. Diverting that money to Iran would strengthen it greatly.

Iran has applied its strategy under regimes of various ideologies. The shah, whom many considered psychologically unstable and megalomaniacal, pursued this strategy with restraint and care. The current regime, also considered ideologically and psychologically unstable, has been equally restrained in its actions. Rhetoric and ideology can mislead, and usually are intended to do just that.

This long-term strategy, pursued since the 16th century after Persia became Islamic, now sees a window of opportunity opening, engineered in some measure by Iran itself. Tehran's goal is to extend the American paralysis while it exploits the opportunities that the U.S. withdrawal from Iraq has created. Simultaneously, it wants to create a coherent sphere of influence that the United States will have to accommodate itself to in order to satisfy the demand of its coalition for a stable supply of oil and limited conflict in the region.

Iran is pursuing a two-pronged strategy toward this end. The first is to avoid any sudden moves, to allow processes to run their course. The second is to create a diversion through its nuclear program, causing the United States to replicate its North Korea policy in Iran. If its program causes an Israeli airstrike, Iran can turn that to its advantage as well. The Iranians understand that having nuclear weapons is dangerous but that having a weapons program is advantageous. But the key is not the nuclear program. That is merely a tool to divert attention from what is actually happening -- a shift in the balance of power in the Middle East.

segunda-feira, 9 de abril de 2012

The Economist - Brasil e EUA.

Our friends in the South 

Apr 7th 2012 by H.J. | SAO PAULO 

BRAZIL has probably never mattered more to America than it does now. America has probably never mattered less to Brazil. Not that relations are bad between the two countries—far from it; they are increasingly cordial and productive. But America has finally, belatedly, woken up to the fact there is a vast, stable country to its south as well as its north; a country, moreover, with a fast-growing and voraciously consuming middle class that seems to offer salvation to American businesses struggling in a moribund domestic market. Brazil, meanwhile, neither needs loans from American-dominated global financial institutions, nor is it otherwise beholden to the country. The United States is no longer even its biggest trading partner. China took that spot in 2009. 

A more balanced relationship may be a more fruitful one too. Since Barack Obama’s visit to Rio de Janeiro and Brasília last year, America has delighted Brazil by removing import tariffs on its ethanol and piloting a scheme to make it easier for Brazilians to get visas—two long-standing bugbears. Brazil’s president, Dilma Rousseff, makes a return visit to Washington in the coming week, and there is much to talk about still. What Brazil wants from America above all is endorsement for a seat on the UN Security Council. Britain has already backed its bid, and during his visit to Brazil Mr Obama made baby steps in the same direction, acknowledging Brazil’s “aspiration”, though stopping short of full support. 

That support is unlikely to be forthcoming, at least in the near future. Though Brazil is hardly geopolitically troublesome, its worldview—a hard-to-pin-down blend of pragmatism, relativism and a seemingly indiscriminate willingness to be friends with everyone—is unappealing to the United States. The previous president, Luiz Inácio Lula da Silva, was flexible enough to be “my man” to Barack Obama and “our brother” to Fidel Castro. In 2010 Lula stuck his neck out trying to co-broker, with Turkey, an anti-proliferation agreement with Iran’s president, Mahmoud Ahmadinejad. That infuriated countries far more important to Brazil’s strategic interests, and left Lula looking silly when Mr Ahmedinejad made no concessions in return. Ms Rousseff has rowed back from that friendship, but it reinforced an impression that Brazil is unpredictable and naive.

Mr Obama will surely want to know, too, what exactly Brazil means by its big new foreign-policy idea. That is to complement the UN’s justification for intervention in another country’s affairs under the rubric “Responsibility to Protect” with “Responsibility while Protecting” after it has gone in. Since Brazil tends not to support going in in the first place, when would it want to see this new responsibility kick in? Even some experienced and sympathetic diplomatic observers in Brasília say they have no idea what concrete difference this would make on the ground. 

For America, trade, not diplomacy, will surely be top of the agenda. Judging from the number of American investors turning up in São Paulo every week, Mr Obama must hear about the glowing opportunities Brazil presents in just about every time he meets businessfolk. But with the most overvalued currency of any big economy, Brazil’s own industrialists are prodding the government to keep imports out. It has hiked already-high tariffs on many imports even further, and is taxing foreign-currency inflows increasingly heavily to keep out speculative inflows. Brazil has made it clear it only wants long-term investment, and is only interested in foreign businesses that are willing to make whatever it is they want to sell in Brazil.

If Mr Obama tries to argue for freer trade, he will get short shrift. Both Ms Rousseff and her finance minister, Guido Mantega, regard the floods of cheap money being pumped out by the Fed and the European Central Bank as a far worse trade distortion than Brazilian barriers, which they term “safeguards” rather than “protectionism”. Brazil’s drift towards protectionism is in fact becoming a problem for its own economy. But that is an argument for another day. Mr Obama will surely be aware there is still a lot of mileage to be got out of helping American companies to set up shop in Brazil.

O Povo Brasileiro Capitulo 4 Darcy Ribeiro

Amigos,

Segue a quarta parte do documentário O Povo brasileiro de Darcy Ribeiro.

Apreciem.

sábado, 7 de abril de 2012

sexta-feira, 6 de abril de 2012

O Povo Brasileiro Capitulo1 Darcy Ribeiro

Meus caros,

Nos próximos dez dias serão postados os dez episódios que compõem o documentário O povo brasileiro de Darcy Ribeiro.
Acredito que dentro da missão educacional e reflexiva deste blog faz-se importante tal exercício.

Apreciem o Primeiro Capítulo.