terça-feira, 3 de maio de 2011

Site R7 - Obama e a morte de Bin Laden

Obama é o grande vencedor com a morte de Bin Laden
Morte do terrorista pode ajudar reeleição do presidente dos EUA, em 2012

Maurício Moraes, do R7



Em apenas um dia, Obama viu sua popularidade disparar; há uma semana, presidente teve de provar que havia nascido nos Estados Unidos



Há uma semana, a Casa Branca teve de divulgar a certidão de nascimento de Barack Obama, para responder setores conservadores que acusavam o presidente de não ser americano. Dias depois, Obama é o grande líder do país, que conseguiu, dez anos após os ataques do 11 de Setembro, matar seu inimigo número 1, Osama bin Laden. A explosão de patriotismo devolve orgulho aos americanos e pode ser a chave para a reeleição do presidente, no ano que vem.

Tanto Heni Ozi Cukier, da ESPM (SP), quanto Creomar Lima Carvalho de Souza, do IBMEC (Brasília), ambos professores de relações internacionais, concordam que Obama é o “grande vencedor” da operação que matou Bin Laden, neste domingo (1º), em sua casa nos arredores de Islamabad, no Paquistão.

Para Cukier, além de Obama, o “povo americano também será beneficiado”.

- O 11 de Setembro, a guerra no Iraque e no Afeganistão e a crise econômica derrubaram a autoestima dos americanos. A morte de Bin Laden eleva a autoestima e os americanos voltam a se ver como líderes e vencedores.

Carvalho de Souza diz que Obama “recebeu um abacaxi da mão dos republicanos”.

- Recebeu duas guerras, uma imagem negativa dos EUA, a crise econômica. E próximo do ciclo eleitoral, Bin Laden está morto. Isso faz com que Obama tenha uma carta na manga para as eleições.

Aprovação de Obama dispara

Antes do anúncio da morte de Bin Laden, apenas 17% dos americanos consideravam favoravelmente a atuação de Obama como comandante-em-chefe das Forças Armadas e líder em questões de segurança nacional. Sua popularidade, de modo geral, estava em 41% - ponto mais baixo desde o pico de 62%, em 2009.

Mas, já na tarde de segunda-feira (2), a primeira pesquisa sobre os mesmos quesitos mostravam níveis favoráveis de 76% em termos amplos, com 77% de aprovação no item “segurança nacional”.

Al Qaeda deve reagir

Segundo Cukier, a morte de Bin Laden “não afeta o coração operacional da Al Qaeda. Mas tem um impacto simbólico muito forte”.

- O lado simbólico é importante, porque o terrorismo não visa conquistar um território, mas sim usar o medo para atingir seus objetivos.

Bin Laden era a principal referência da rede terrorista Al Qaeda, que espalhou células por várias partes do mundo.
Carvalho de Souza alerta, no entanto, que a rede terrorista irá reagir.

- Uma parte da militância da Al Qaeda está de luto. De outro lado, a morte também estimula o movimento “agora é hora de dar o troco”. Alguma reação ocorrerá, qual o tamanho e como isso ocorrerá, não se sabe.

Paquistão é o grande problema

Tanto Cukier quanto Carvalho de Souza ressaltam que o Paquistão se torna, agora, o centro das preocupações sobre a segurança internacional.

Apesar de ser um aliado histórico dos EUA, o Paquistão não é um regime confiável para os americanos, tanto que a operação que matou Bin Laden não foi comunicada com antecedência ao governo paquistanês.

Nesta segunda-feira (2), o assessor para segurança interna de Obama, John Brennan, informou que os EUA vão investigar a eventual colaboração paquistanesa a Bin Laden.

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