quinta-feira, 14 de abril de 2011

Discurso em homenagem aos formandos de Jornalismo do Unicesp 2/2010.

Boa noite,

Primeiramente, gostaria de agradecer a honra de fazer parte das comemorações dos alunos de jornalismo das Faculdades Integradas Unicesp. Agradeço o convite resultante do trabalho da comissão de formatura, agradeço à coordenação do curso de jornalismo, na figura do Prof. Dr. Dácio Renault, agradeço à Instituição na figura da Diretora Acadêmica.

Inicio minha fala recordando a primeira vez que vi grande parte dos formandos de jornalismo aqui presentes. A disciplina era Antropologia cultural, o ambiente era tenso e a Instituição vinha de um período de crise. Aos rostos assustados dos estudantes somavam-se as incertezas do corpo docente. Porém, imbuídos de fé, coragem e um tanto de insanidade persistimos contra tudo e todos e o resultado da perseverança se mostra hoje, vitória.

Meus caros amigos, a vida é feita de ciclos os quais podemos resumidamente definir da seguinte maneira:
Anos atrás cada um de vocês aqui iniciou uma jornada junto comigo (eu, como um professor e vocês, como estudantes) o tempo passou e os papéis foram se transformando (eu, como um amigo e vocês como irmãos uns dos outros).
Hoje encerramos outro ciclo (Eu, aprendiz, vocês, jornalistas).

E nestes tempos de incerteza que muitos consideram de descrédito frente a profissão escolhida por vocês eu posso afirmar. O jornalismo é mais que uma profissão, é uma postura diante da vida e da realidade. Jornalismo é magistério, jornalismo é fé, em si mesmo, fé na humanidade e fé no amor ao próximo como regras de vida.

Em tempos de necessidade de construção de uma democracia de fato. Onde o machismo, a homofobia e os preconceitos de toda ordem tentam surgir, caberá a vocês segurarem a lanterna da responsabilidade e do mais precioso dos direitos. O direito a livre expressão do pensamento. Hoje, por uma condição natural do tempo, são muitas as formas de expor o conhecimento e eu acredito que cada um de vocês aqui presentes poderá fazer um uso eficiente das ferramentas postas em suas mãos pela mídia e a internet e que o resultado de tais ações será lindamente colhido pelas almas necessitadas de amparo, proteção e verdade.

O jornalista, meus amados amigos, é sem dúvida aquele que usa a pena contra a espada. Que defende o fraco apenas com a coragem do seu próprio pensamento e verve. O jornalista é enfim, um abnegado, espremido entre seus ideais e sonhos e as próprias necessidades da vida.

Porém, existe maior prazer que aquele derivado da abnegação? Existe maior glória que aquela resultante de derrotar o opressor? Existe maior vitória que o exercício da coragem contra a mão armada? Hoje meus caros lanço o olhar sobre cada um de vocês com o passado como referência e o futuro como guia com a certeza inabalável que vocês são jornalistas e de que não há força na terra capaz de tirar isso de cada um de vocês.

Portanto, jornalistas agradeço enormemente a oportunidade de ter feito parte do crescimento que partilhamos juntos. Agradeço o fato de que cada um de vocês contribuiu com a minha própria estória. E agradeço, sobretudo, a possibilidade de deixar isso claro a cada um de vocês aqui neste momento.

Hoje, deixo de fazer parte das vidas de vocês universitários – que não mais são – passo a esperar os convites para entrar na vida de cada um de vocês jornalistas. Tenham ciência de que cada um aqui leva meu respeito, carinho e agradecimento e saibam que eu desejo a cada um de vocês todo o sucesso – profissional e pessoal – que almejo para mim mesmo.

Fiquem com Deus e boa noite.

2 comentários:

  1. Creo, você desde o começo foi o mais terno amigo. Já me viu chorar, desabafar, desesperar e rir porque estando junto de pessoas como você é quase impossível não sorrir para a vida. Obrigada por tudo o que representa pra mim. Com certeza você continuará fazendo parte da minha vida. Grande beijo!

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  2. Creo, você fez parte da minha vida acadêmica e agora faz parte da minha vida profissional e pessoal. Hoje você é minha fonte e meu amigo. Podemos até mesmo não se falar e não se ver frequentemente, mas saiba do meu respeito, carinho e admiração por você.
    Lembro muito bem das terríveis aulas de Antropologia, onde minha vontade era se ser o "ser invisível" daquela faculdade. Me sentia um peixinho fora d'água. Mas, você com todo esse seu jeitinho me escutava pacientemente, me ajudava a formar um raciocínio e o mais marcante, você me fez acreditar que eu não estava ali a passeio, que estava sim pra fazer a diferença. Essa sempre foi a atitude que esperei de muitos outros mestres, mas você foi um dos poucos. Saiba que quero sempre você na minha vida. Pq você é o ser diferente entre tantos outros iguais.

    Beijos e não esqueça do meu enorme carinho...

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