segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

Câmbio e Política - Nicomex Notícias


VOLATILIDADE DO REAL SE DESTACA EM RANKING MUNDIAL 31/01/11

O ano novo começou, no Brasil, com a preocupação do governo em segurar a valorização excessiva do real perante o dólar. Diante desse cenário, tem sido recorrente a ação das autoridades monetárias com o intuito de frear essa situação. No entanto, parece que o problema cambial em si não é a única face dessa questão. Há também o risco da volatilidade da cotação da moeda, que atrapalha decisões de investimento no país, por exemplo.

Tal risco está exposto em estatísticas de um levantamento da Consultoria Tendências, baseado em dados da Bloomberg. Nele, o Brasil aparece em quinto lugar em um ranking das economias com câmbio mais instável no último ano, dentro de um universo de 16 moedas listadas. O percentual de volatilidade do real está registrado em 13,83%, menor apenas que os dólares australiano, neozelandês e as coroas sueca e norueguesa.

A volatilidade é calculada com base nas cotações mínimas e máximas das moedas a cada mês, chegando a uma média ponderada no ano. “O que acontece é que a partir do momento em que o país optou por um sistema de câmbio flutuante as oscilações são normais. Contudo, nos últimos meses ocorreu um aumento do valor do real em comparação com outras moedas, sobretudo, o dólar estadunidense”, pondera o Analista Político e Professor do IBMEC/DF, Creomar Lima C. de Souza, em entrevista ao Nicomex Notícias.

Esse processo de aumento do valor da moeda nacional, entretanto, tem obviamente consequências que afetam outros âmbitos da vida econômica, bem como, aspectos políticos. Existem setores econômicos que são favorecidos e prejudicados pelo câmbio em sua atual configuração. E, de certa maneira, pode-se afirmar que os efeitos políticos dessa situação se refletem em dois aspectos, segundo Creomar. Primeiro, na mensuração dos ganhos e perdas feitos por cada setor e, em segundo lugar, pela forma como os ganhos ou prejuízos serão levados ao governo.

Atitude do governo

Dessa forma, o passo seguinte do problema são as ações das autoridades monetárias frente à questão da instabilidade cambial. De acordo com o especialista do IBMEC/DF, o governo não assumirá posturas isoladas que beneficiem um setor tendo em vista o grau de complexidade da economia nacional. Daí a opção por tomar medidas pontuais e não por colocar em prática um pacote mais encorpado para combater as flutuações da moeda nacional. “Em algum momento o governo construirá uma agenda de enfrentamento ao câmbio. Porém, me parece dificil afirmar neste momento se a mesma estará composta de uma ação simplificada ou de um conjunto de medidas com finalidade de dar uma nova configuração ao câmbio brasileiro”, projeta Creomar.

Por Matheus Franco
matheus.f@nicomexnoticias.com.br

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